O encanto do bairro da Cidade Velha reside no caráter orgânico e irregular da sua estrutura, herdada da Idade Média e que formou-se ao longo dos anos, respondendo às necessidades da época. Este bairro nos convida a passear e a perder-se um pouco pelas as suas ruas estreitas e passagens, durante uma visita aos monumentos principais.

Ainda é possível ver os vestígios dos antigos caminhos comerciais do século X que bordeavam o rio e que desembocavam em seus pontos de cruzamento quando ainda não havia nenhuma ponta ligando as duas bordas do Moldava. No final do século XI e a princípios do século XII foram construídas diversas igrejas, as quais testemunhavam a existência de uma certa estrutura urbana que era completada com algumas casas fortificadas e rotundas (como a de Santa Cruz, ainda existente) espalhadas pela cidade.


Entretanto, a fundação oficial da cidade remonta o século XIII, quando a mesma adquiriu o status de cidade autônoma e foi construída a fortificação que a protege. Esta fortificação deixa por fora algumas zonas que já estavam habitadas (como os barrios de Saint-Pierre e de Saint-Adalbert, mais tarde incorporados a Cidade Velha), mas ao mesmo tempo, integrou diversos terranos que encontravam-se vazios. Foi justo ali, aos arredores da nova igreja de San Havel e das praças do mercado de carbono e de frutas (Uhelný trh, Ovocný trh), onde a cidade começou a ter uma estrutura mais regular. O coração do bairro, situado inicialmente na atual ''praça pequena'' (malé náměstí), foi deslocando-se com o tempo até a Praça da Cidade Velha.

Mesmo que a arquitetura do bairro data diferentes épocas - as fachadas barrocas escondem, frequentemente, muros e sótãos romanos ou góticos - a Cidade Velha conserva sua estrutura medieval. No entanto, é importante lembrar as grandes intervenções urbanas que aconteceram durante a segunda metade do século XIX e princípios do século XX: é o caso dos caminhos que seguem pelos molhes do rio Moldava entre a Ponte de Carlos e a Ponte Legii (na década de 1840), a trágica demolição do gueto judeu e de boa parte da Cidade Velha (ao redor das ruas Kaprova e Platnérská). Felizmente, esta demolição foi limitada e a cidade pôde ser conservada, transformando a Cidade Velha em um dos bairros históricos mais bonitos de toda a Europa.

O que visitar na Cidade Velha?

- A entrada principal da Cidade Velha: a torre da pólvora e a Casa Municipal.

- A rica e velha parte comercial da cidade que encontra-se nos arredores da Praça da Cidade Velha: a antiga prefeitura, as duas igrejas Nossa Senhora de Týn e São Nicolas, a "praça pequena" (malé náměsti), a rua Celetná, o pátio de Ungelt, a Igreja de Santiago.

- O comlexo jesuíta Clementinum e seus arredores: a Praça Marianské, a rua Karlova, a Praça dos cruzados na entrada da Ponte de Carlos.

- O bairro Santa Ana: não hesite em perder-se no lugar mais autêntico e melhor conservado da Cidade Velha com seu traçado irregular de pequenas ruas, passagens, pátios e praças pitorescas (Praça de Belém), onde você encontrará bonitos palácios (Clam-Gallas) e igrejas (San -Gilles, rotunda da Santa Cruz).

- O bairro de San Gall (Havelské město), desde onde é possível ver a estrutura da primeira cidade nova do século XIII aos arredores dos antigos espaços do mercado (Ovocný trh, Uhelný trh): a casa cubista "da Virgem Negra", a Universidade de Carlos, o Teatro dos Estados, a igreja de San Havel e seu mercado.

- Ao redor do Convento de Santa Inês: um bairro que esteve sob a ameaça de demolição a princípios do século XX, mas que felizmente pôde conservar suas pequenas e pitorescas ruas