Quinta das Lágrimas (Coimbra)

Quinta das Lágrimas (Coimbra)
Coimbra . Coimbra . Portugal
 
Sabe-se que a área da quinta foi couto de caça da família real portuguesa desde pelo menos o século XIV. A rainha D. Isabel, esposa de D. Dinis, adquiriu os terrenos de duas fontes naturais na área da quinta para levar água ao Mosteiro de Santa Clara, que a rainha havia fundado ali perto. Uma das nascentes d´agua ainda tem um acesso por um arco ogival gótico, datado do século XIV.

O nome primitivo da área era Quinta do Pombal, ganhando o actual nome apenas no século XVIII.

Pedro e Inês

A tradição e a literatura associam fortemente a estória de Pedro e Inês à Quinta das Lágrimas. Conta-se que a quinta foi cenário dos amores proibidos do príncipe D. Pedro (futuro Pedro I de Portugal) e Inês de Castro, uma fidalga galega que servia de dama de companhia a sua mulher D. Constança. D. Inês terminou assassinada por fidalgos a quem o rei Afonso IV ordenara a sua morte. As lágrimas então derramadas por Inês e pelo povo em sua memória inspiraram Luís de Camões a criar o nome de Fonte das Lágrimas e muitos outros escritores a consagrar o amor eterno de Pedro e Inês.

´´As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores´´

Os Lusíadas, canto III.

Época moderna

Com o correr dos séculos, a quinta passou a ser propriedade da Universidade de Coimbra e de uma ordem religiosa. Em 1730 a quinta foi adquirida pela família Osório Cabral de Castro, que mandou construir um palácio. No ínicio do século XIX, Miguel Osório Cabral e Castro concebeu o frondoso jardim que ainda hoje cerca a quinta, usando para isso espécies vegetais exóticas de vários lugares do mundo.

Em 1808, Arthur Wellesley, duque de Wellington, comandante das tropas que atacaram as forças invasoras de Napoleão, foi hóspede na quinta. O proprietário na época, António Maria Osório Cabral de Castro, era ajundante-de-campo do general. O duque de Wellington plantou na ocasião duas sequóias perto da Fonte das Lágrimas, que atualmente tem duzentos anos. Outro hóspede ilustre da quinta foi D. Pedro II, Imperador do Brasil, em 1872.

O palácio original foi destruído por um incêndio em 1879, sendo reconstruído ao estilo dos antigos solares rurais portugueses, com biblioteca e capela. Na área ao redor do palácio ainda podem ser vistos os restos das edificações rurais como o espigueiro, armazém e lagar de azeite.

O jardim foi idealizado no século XIX, seguindo uma tendência da época, a da constituição de uma espécie de Museu Vegetal, onde estariam representadas espécies de todo o mundo.

A quinta hoje

A quinta e o palácio foram recuperados na década de 1980 e 1990. Desde 1996 encontra-se instalado no Palácio da Quinta das Lágrimas um hotel de luxo da cadeia Relais e Châteaux.





A Quinta das Lágrimas é uma quinta situada na margem esquerda do Mondego, na frequesia de Santa Clara, em Coimbra, Portugal. A quinta ocupa uma área de 18,3 ha ao redor de um palácio do século XIX dedicado atualmente a hoteleria de luxo.

No exuberante jardim encontram-se duas fontes históricas, a Fonte dos Amores e a Fonte das Lágrimas. A quinta e as fontes são célebres por terem sido cenário dos amores proibidos do príncipe D. Pedro (futuro Pedro I de Portugal) e da fidalga Inês de Castro, tema de inúmeras obras de arte ao longo dos séculos.
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Coordenadas GPS
Lat : 40.20172829165135   -   Lon : -8.434581635581974
N40° 12' 6.22184994486 "       W8° 26' 4.4938880951063"
 
 
 
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