Nas encostas do vale que ladeiam a Ribeira, a vegetação é tipicamente mediterrânica, constituída por alfarrobeiras, aroeiras, tomilhos, alecrins e carrascos. No limite do Sítio Classificado, existe uma zona de solo xistoso, onde predominam os sobreiros e as azinheiras, ao contrário da restante área que possui solos calcários.

A existência de água durante todo o ano é factor de atracção para uma grande diversidade de espécies faunísticas, especialmente de avifauna, entre outros, os guarda-rios, os chapins, as garças e abelharucos.

Uma das espécies que habita este local mas que dificilmente se avista, é a lontra. Esta espécie alimenta-se de pequenos peixes e crustáceos e habita nas margens da ribeira.

O Sítio Classificado da Fonte Benémola, devido à existência de água e de solos férteis ao longo das margens da Ribeira, foi muito utilizado para a prática de agricultura. Deste modo, é possível encontrar algumas infra-estruturas agrícolas ligadas à utilização da água, nomeadamente os açudes, as levadas, as noras e os moinhos de água. Contudo, muitas destas infra-estruturas encontram-se actualmente em estado de abandono.

A existência de afloramentos rochosos de calcário propiciou a existência de alguns fornos que outrora coziam a pedra calcária para produzir cal.

No Sítio Classificado, subsiste ainda um artesão que utiliza as canas (abundantes neste local) para a manufactura de cestos e de outros utensílios, em tempos muito úteis para tarefas domésticas e agrícolas e agora cada vez mais apreciados por turistas e visitantes ocasionais.

De modo a melhorar as condições de atendimento aos visitantes do Sítio Classificado, prevê-se a instalação de um Centro de Interpretação, que permitirá também o desenvolvimento de actividades de educação ambiental. Para além disso, prevê-se ainda a recuperação de algumas infra-estruturas existentes neste local, bem como a edição de publicações sobre diversos aspectos do Sítio.

O Sítio Classificado da Fonte Benémola situa-se nas freguesias de Querença e Tôr e ocupa uma área de 392 ha .

Esta área protegida de rara beleza no Algarve é atravessada pela Ribeira de Menalva, que é abastecida por algumas nascentes, o que permite conter água em cerca de 60% do seu leito durante a época estival, ao contrário da maioria das ribeiras desta região. A ocorrência de água permite a existência de uma flora rica e abundante ao longo do leito da Ribeira, nomeadamente, freixos, salgueiros, tamargueiras e folhados, por entre os quais abundam os canaviais, os silvados e os loendros.

Fonte: www.cm-loule.pt