Do Alto do Trevim, a 1202 metros, os cumes arredondados de montanhas xistosas, e o corte dramático que entre elas fazem grandes penedias, aparecem-nos como um majestoso cenário.
Mas descobrir a Serra é uma grande aventura: nas vertentes húmidas aparecem vestígios da floresta sempre-verde e o azevinho ou o loureiro surpreendem-nos na subida. Os carvalhais e essas majestosas árvores que são os castanheiros deixam adivinhar o voo dos gaios.

Os cucos anunciam-se na Primavera e nos muros assentes em pedra empilhada que ladeiam os caminhos, pode esconder-se uma carriça. As Aldeias construídas em xisto surpreendem pela sabedoria! Tudo se aproveitava: as padieiras das portas e das janelas são de castanho, as lages de xisto estão nos beirais, por cima das telhas e nas soleiras. Dos soutos vinham as castanhas e a sopa de castanha ficou famosa até hoje. A cabra comia-se quando velha e macerada pelo vinho tinto tornava-se macia e dava sabor à chanfana. Das pequenas hortas vinham grelos frescos que, misturados com a broa e o azeite, chegavam a migas deliciosas. Das urzes e com muitas abelhas ainda hoje se faz um excelente mel.




Localizada no Extremo Sudoeste da Cordilheira Central, a Serra da Lousã abrange os concelhos de Lousã, Castanheira de Pêra, Góis, Miranda do Corvo e Figueiró dos Vinhos.

Áreas de especial interesse:

- Cantão das Hortas, onde espécies vegetais exóticas e naturais se confundem nas encostas sombrias e frescas marcadas por cursos de água. São bétulas, carvalhos-americanos e castanheiros, que se misturam com pseudotsugas, cedros e pinheiros silvestres.


- Mata do Sobral onde condições micro-climáticas permitiram uma notável adaptação de uma espécie de influência marcadamente Mediterrânica.

- Vale da Ribeira de S. João que se estende ao longo do ´´Caminho da Levada´´ onde muros de xisto empilhados desenham um caminho estreito dominado por soutos que dão uma coloração particular à paisagem.