O Castelo de Troja é uma das obras barrocas mais importantes da República Checa, localizado nas proximidades do parque de Stromovka. A sua criação foi marcada por circunstâncias muito especiais: um sócio amante da arte, um arquiteto brilhante e uma equipa de pintores e escultores de primeira categoria.

Antes de um castelo, podemos falar de Troja como uma vila periférica, cuja estrutura está inspirada pelas espaçosas vilas que foram construídas ao redor de Roma durante os séculos XVI e XVII. Entretanto, o prédio pode ser chamado de castelo, já que sua criação influenciou a construção de outros castelos na Bohemia.

O financiador, Wenzel Adalbert von Sternberg (1640-1708), pertence a uma das famílias aritocratas mais antigas e importantes da Bohemuia. Depois dos seus estudos na Universidade de Carlos em Praga, ele realizou o tradicional « Gran tour » da Europa, etapa que era considerada essencial na educação de um aristocrata da época. Entre 1663 e 1664, ele percorreu com o seu irmão os Países Baixos, Inglaterra, França e Itália. Roma foi a cidade que mais marcou o futuro Conde, e foi assim, sem dúvidas, que ele teve a ideia de construir em Praga uma vila inspirada nas que ele conheceu ao arredores de Roma.

O arquiteto escolhido pelo Conde foi Jean-Baptiste Mathey (1629-1695), que tinha um lugar privilegiado na arquitetura barroca da Bohemia. Este francês que nasceu em Borgonha passou os primeiros 20 anos da sua carreira artísitica em Roma. Na sua chegada a Praga, Mathey transformou-se em um dos principais mensageiros da nova arquitetura do barroco romano pertencente ao círculo de Bernini.

O Castelo de Troja foi construído em diversas etapas entre 1678 e 1695. Sua decoração foi finalmente concluída em 1703 e sua construção diferenciou-se radicalmente dos outros castelos que haviam sido construídos em Bohemia naquele momento. No lugar da tradicional composição de quatro alas distribuídas ao redor de um pátio central, Mathey colocou o edifício no centro ao qual foram anexadas as alas laterais. A sala de gala está localizada no eixo central do complexo, além de estar conectada diretamente ao jardim, ressaltando as funções centrais de lugar festivo e de descanso.

Suas alas laterais criam a aparência de um pátio de honra. A silhueta do prédio foi concluída pelos tetos baixos dos salões, e muda se observada desde o portal central do jardim. Sua localização sobre um terraço sugere a forma de uma fortificação e o conjunto também possui um grande jardim barroco.

A decoração pintada e esculpida do castelo são os elementos de maior relevância. Quando subimos no terraço, notamos a escadaria de formato oval. Esta desenha uma fossa com o fundo esculpido com a luta entre os Deuses do Olimpo e Titãs, uma obra destacada dos escultores saxões Georg (1640/59-1700) e Paul Heermann (1673-1732). Com sua concepção muito similar a da escultura dinâmica de Gianlorenzo Bernini em Roma, ela tem muito poucos equivalentes na escultura local. Sua temática simboliza a vitória das tropas cristãs contra o exército turco em Viena em 1683.

A esacadaria conduz pelo portal até a sala de honra Habsburgo, decorada com afrescos dos irmãos de amberes Abraham e Isaac Godyn. Sua obra monumental destaca a imensa sala. Sem nenhuma dúvida ela constitui uma ruptura desde o ponto de vista qualitativo e conceitual da pintura barroca tcheca. Sobre as paredes, desenvolvem-se cenas legendárias da história da família dos Habsburgo, enquanto no teto a apoteósis da família é ilustrada com a imagem da vitória sobre a ameaça turca e a defesa da Europa Cristã.
As pinturas da capela e as cenas mitológicas nos quartos foram feitas pelos pintores italianos Francesco Marchetti (1641-1698) e por seu filho Giovanni Francesco (1668-1694).

A última contribuição na decoração do castelo é a criação de três « salas chinesas », durante o segundo quarto do século XVIII que ilustra o gosto por objetos chineses da moda durante a época. O pintor (anônimo) inspirou-se nas vistas de paisagens chinesas presentes em livros de viagens e livros sobre a China.

Os quartos e corredores estavam originalmente revestidos por quadros. Atualmente, eles encontram-se expostos em diferentes salas de pinturas tchecas do século XIX e pertencem a coleção da galeria da cidade de Praga (Galerie hlavního mesta Prahy (GHMP). Entre estas obras, encontram-se as de Josef Navrátil, Augustin Piepenhagen, František Tkadlík, Julius Mařák, Adolf Kosárek, Antonín Chittussi Jaroslav Čermák e Václav Brožík.


Horários de abertura (Museu da Cidade de Praga):
Abril - Outubro: todos os dias exceto segunda-feira de 10h a 18h. Sexta-feira de 13h a 18h.
Fechado de novembro a março.