Cacela Velha é uma aldeia localizada numa elevação arenítica em frente à Ria Formosa e ao mar (freguesia de Vila Nova de Cacela, Vila Real de Santo António), de onde se vislumbra uma das mais belas panorâmicas do sotavento algarvio. A designação Cacela Velha é recente, pois este local era conhecido como Sítio da Igreja.
Constituiu ponto de passagem para navegadores gregos e fenícios, e segundo alguns autores terá sido Cunistorgis, a antiga capital dos Cúneos. Os romanos ampliaram-na e os árabes deram-lhe o prestígio.
Cacela passa, em 713, para o domínio muçulmano, durante as campanhas de Abdelaziz (filho de Muça) no Algarve e Baixo Alentejo. O litoral algarvio ficou sob o controlo de clãs árabes iemenitas e sírios, sendo Cacela dominada por árabes do grupo dos Banu Darrâj.
Cacela era uma povoação relativamente importante da cora (distrito) de Ossónoba (Faro). O seu nome seria Hisn-Kastala, Qastallat Dararsh, Cacetalate ou Cacila (prado ou pastagem de gado), donde derivaria o nome actual.
Era defendida por um castelo datando do século IX-X, da época do califado, e estender-se-ia para fora do recinto amuralhado, apresentando um cariz marítimo-agrícola.
Durante o período islâmico e a época medieval foi um importante centro populacional, tendo sido conquistada aos mouros por D. Paio Peres Correia em 1240. Segundo a lenda, após a conquista de Cacela, foram ditadas tréguas, mas sete cavaleiros cristãos foram mortos à traição pelos mouros e assim a fúria de D. Paio abateu-se sobre Tavira e conquistou-a.
Em 17 de Julho de 1283 D. Dinis outorgou foral a Cacela. No concelho de Cacela estavam integradas parcelas das actuais freguesias do Azinhal e Odeleite.
Durante o século XIV devido a alterações da linha da costa e aos constantes ataques de piratas a população começou a abandonar a vila e a partir para o interior, disseminando-se por quintas e fazendas das ricas terras agrícolas que se estendem até à serra. Esta tendência ter-se-á acentuado sobretudo a partir da época dos Descobrimentos. Embora mantendo actividades ligadas ao mar, Cacela adquiriu um cariz marcadamente rural.
Documento de 1465, refere não haver casas para além do castelo em que o comendador morava. Desenho de 1617, mostra um núcleo urbano constituído por fortaleza, igreja, casas do prior, casa da câmara e pelourinho. Os habitantes viviam fora da vila. De 1621 chega-nos a «Relação e Traça da Vila de Cacela», de Alexandre Massai.
Com o terramoto de 1º de Novembro de 1755, ´´na Villa de Cacela (...) se arruinou a Matriz, a Misericordia, as Cazas da Camara; e á Fortaleza visinha cairam os baluartes contanta violencia, que arrojaram á praia os canhoes montados´´ [in ´´Relaçam do terramoto do primeiro de Novembro do anno de 1755. Com os effeitos, que particularmente cauzou neste Reino do Algarve´´].
A ´´Carta topográfica dos baldios e terras incultas do termo da vila de Casella (...) 1775´´ mostra um núcleo urbano constituído por igreja, fortaleza, pelourinho, casas do padre, câmara e cadeia e casas do governador.
No quadro de uma reforma político-administrativa do Algarve, a câmara de Cacela é abolida em 12 de Dezembro de 1775 por decreto de D. José I, sendo o seu território unido ao da recém-criada Vila Real de Santo António. O priorado de Cacela, com a respectiva comenda, havia já sido transferido para Vila Real de Santo António no ano anterior. Em 1784 (?) foi criada a Freguesia de Cacela, por desmembramento da freguesia de Vila Real de Santo António.
Em 24 de Junho de 1833 deu-se o desembarque em Cacela, em plena guerra civil, de uma pequena força liberal de cerca de 2.500 homens sob o comando do duque da Terceira. O desembarque terá tido lugar junto à Torre Velha (sítio do Alto), no extremo leste da freguesia, num local aproximadamente equidistante da fortaleza de Cacela e do antigo forte do Cabeço (Praia Verde). A força liberal após atravessar todo o Algarve e Alentejo, iludindo o exército miguelista, entrou triunfante em Lisboa exactamente um mês depois, em 24 de Julho.
Actualmente como pontos de interesse encontramos a fortaleza do século XVII, um edifício de duplo beiral do século XVI, algumas moradias de arquitectura tradicional algarvia do século XVIII, a igreja de origem medieval, as ruínas islâmicas, os fornos romanos e os vestígios da antiga muralha medieval. O pelourinho aparece mencionado em cartas dos séculos XVII e XVIII, nomeadamente em 1775, mas terá eventualmente desaparecido com a extinção do concelho.
Fonte: Wikipédia
O núcleo arquitectónico de Cacela-Velha é um dos mais importantes conjuntos patrimoniais do Algarve. À riqueza histórica e arqueológica da península, junta-se uma paisagem humanizada e coerentemente preservada, à entrada da ria Formosa, que lhe confere um estatuto cimeiro nas rotas do património e do ambiente natural. A povoação está concentrada num monte dominante, sobranceiro à ria e ligando-se por uma estreita língua de mar, à ilha que se forma à sua frente.
Na actualidade, Cacela é uma das últimas jóias algarvias. Com um centro histórico patrimonialmente homogéneo e bem preservado, de planta quase circular e de reduzidas dimensões, que integra um importante conjunto de arquitectura tradicional, Cacela apresenta-se como uma agradável descoberta, numa orla costeira algarvia em progressiva desconfiguração.
Fonte: IPPAR
A visitar:
- Fortaleza de Cacela Velha
- Castelo de Cacela Velha
- Igreja
- Praia de Cacela Velha:
Praia localizada na Península de Cacela, junto à aldeia histórica de Cacela Velha. Encontra-se integrada no Parque Natural da Ria Formosa. Caracteriza-se pela sua grande extensão, pelas suas águas tépidas e calmas durante o período estival e pela beleza das suas paisagens.O acesso é feito a pé, a partir da praia da Manta Rota, ou então pedindo a um pescador para fazer a travessia da Ria Formosa.
Durante os meses de Julho e Agosto, no Sítio da Fábrica, pequena aldeia piscatória próxima de Cacela Velha, alguns pescadores fazem travessias regulares da ria para a Praia da Fábrica, localizada no extremo ocidental da Península de Cacela, junto da barra do Lacém. A partir da praia da Fábrica o acesso é feito a pé até à praia de Cacela Velha.
A praia localiza-se numa extensa península dunar, de areia fina e branca, que constitui uma barreira física contra o avanço do mar e que protege as águas calmas e pouco profundas da Ria Formosa. As dunas são cobertas por diversas espécies de plantas, que permitem a sua fixação.
Fonte: Wikipédia
Constituiu ponto de passagem para navegadores gregos e fenícios, e segundo alguns autores terá sido Cunistorgis, a antiga capital dos Cúneos. Os romanos ampliaram-na e os árabes deram-lhe o prestígio.
Cacela passa, em 713, para o domínio muçulmano, durante as campanhas de Abdelaziz (filho de Muça) no Algarve e Baixo Alentejo. O litoral algarvio ficou sob o controlo de clãs árabes iemenitas e sírios, sendo Cacela dominada por árabes do grupo dos Banu Darrâj.
Cacela era uma povoação relativamente importante da cora (distrito) de Ossónoba (Faro). O seu nome seria Hisn-Kastala, Qastallat Dararsh, Cacetalate ou Cacila (prado ou pastagem de gado), donde derivaria o nome actual.
Era defendida por um castelo datando do século IX-X, da época do califado, e estender-se-ia para fora do recinto amuralhado, apresentando um cariz marítimo-agrícola.
Durante o período islâmico e a época medieval foi um importante centro populacional, tendo sido conquistada aos mouros por D. Paio Peres Correia em 1240. Segundo a lenda, após a conquista de Cacela, foram ditadas tréguas, mas sete cavaleiros cristãos foram mortos à traição pelos mouros e assim a fúria de D. Paio abateu-se sobre Tavira e conquistou-a.
Em 17 de Julho de 1283 D. Dinis outorgou foral a Cacela. No concelho de Cacela estavam integradas parcelas das actuais freguesias do Azinhal e Odeleite.
Durante o século XIV devido a alterações da linha da costa e aos constantes ataques de piratas a população começou a abandonar a vila e a partir para o interior, disseminando-se por quintas e fazendas das ricas terras agrícolas que se estendem até à serra. Esta tendência ter-se-á acentuado sobretudo a partir da época dos Descobrimentos. Embora mantendo actividades ligadas ao mar, Cacela adquiriu um cariz marcadamente rural.
Documento de 1465, refere não haver casas para além do castelo em que o comendador morava. Desenho de 1617, mostra um núcleo urbano constituído por fortaleza, igreja, casas do prior, casa da câmara e pelourinho. Os habitantes viviam fora da vila. De 1621 chega-nos a «Relação e Traça da Vila de Cacela», de Alexandre Massai.
Com o terramoto de 1º de Novembro de 1755, ´´na Villa de Cacela (...) se arruinou a Matriz, a Misericordia, as Cazas da Camara; e á Fortaleza visinha cairam os baluartes contanta violencia, que arrojaram á praia os canhoes montados´´ [in ´´Relaçam do terramoto do primeiro de Novembro do anno de 1755. Com os effeitos, que particularmente cauzou neste Reino do Algarve´´].
A ´´Carta topográfica dos baldios e terras incultas do termo da vila de Casella (...) 1775´´ mostra um núcleo urbano constituído por igreja, fortaleza, pelourinho, casas do padre, câmara e cadeia e casas do governador.
No quadro de uma reforma político-administrativa do Algarve, a câmara de Cacela é abolida em 12 de Dezembro de 1775 por decreto de D. José I, sendo o seu território unido ao da recém-criada Vila Real de Santo António. O priorado de Cacela, com a respectiva comenda, havia já sido transferido para Vila Real de Santo António no ano anterior. Em 1784 (?) foi criada a Freguesia de Cacela, por desmembramento da freguesia de Vila Real de Santo António.
Em 24 de Junho de 1833 deu-se o desembarque em Cacela, em plena guerra civil, de uma pequena força liberal de cerca de 2.500 homens sob o comando do duque da Terceira. O desembarque terá tido lugar junto à Torre Velha (sítio do Alto), no extremo leste da freguesia, num local aproximadamente equidistante da fortaleza de Cacela e do antigo forte do Cabeço (Praia Verde). A força liberal após atravessar todo o Algarve e Alentejo, iludindo o exército miguelista, entrou triunfante em Lisboa exactamente um mês depois, em 24 de Julho.
Actualmente como pontos de interesse encontramos a fortaleza do século XVII, um edifício de duplo beiral do século XVI, algumas moradias de arquitectura tradicional algarvia do século XVIII, a igreja de origem medieval, as ruínas islâmicas, os fornos romanos e os vestígios da antiga muralha medieval. O pelourinho aparece mencionado em cartas dos séculos XVII e XVIII, nomeadamente em 1775, mas terá eventualmente desaparecido com a extinção do concelho.
Fonte: Wikipédia
O núcleo arquitectónico de Cacela-Velha é um dos mais importantes conjuntos patrimoniais do Algarve. À riqueza histórica e arqueológica da península, junta-se uma paisagem humanizada e coerentemente preservada, à entrada da ria Formosa, que lhe confere um estatuto cimeiro nas rotas do património e do ambiente natural. A povoação está concentrada num monte dominante, sobranceiro à ria e ligando-se por uma estreita língua de mar, à ilha que se forma à sua frente.
Na actualidade, Cacela é uma das últimas jóias algarvias. Com um centro histórico patrimonialmente homogéneo e bem preservado, de planta quase circular e de reduzidas dimensões, que integra um importante conjunto de arquitectura tradicional, Cacela apresenta-se como uma agradável descoberta, numa orla costeira algarvia em progressiva desconfiguração.
Fonte: IPPAR
A visitar:
- Fortaleza de Cacela Velha
- Castelo de Cacela Velha
- Igreja
- Praia de Cacela Velha:
Praia localizada na Península de Cacela, junto à aldeia histórica de Cacela Velha. Encontra-se integrada no Parque Natural da Ria Formosa. Caracteriza-se pela sua grande extensão, pelas suas águas tépidas e calmas durante o período estival e pela beleza das suas paisagens.O acesso é feito a pé, a partir da praia da Manta Rota, ou então pedindo a um pescador para fazer a travessia da Ria Formosa.
Durante os meses de Julho e Agosto, no Sítio da Fábrica, pequena aldeia piscatória próxima de Cacela Velha, alguns pescadores fazem travessias regulares da ria para a Praia da Fábrica, localizada no extremo ocidental da Península de Cacela, junto da barra do Lacém. A partir da praia da Fábrica o acesso é feito a pé até à praia de Cacela Velha.
A praia localiza-se numa extensa península dunar, de areia fina e branca, que constitui uma barreira física contra o avanço do mar e que protege as águas calmas e pouco profundas da Ria Formosa. As dunas são cobertas por diversas espécies de plantas, que permitem a sua fixação.
Fonte: Wikipédia
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Lat : 37.15723417621197 - Lon : -7.5460517932540805
N37° 9' 26.043034363092 " W7° 32' 45.78645571469"
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