Esta igreja remonta provavelmente ao século XII, apesar de actualmente manifestar uma visível influência do barroco. O seu orago é Santa Iria, a mártir cristã nabantina cujo corpo, segundo conta a lenda, aportou a estas paragens após o seu martírio.
História
O culto de Santa Iria tem assumido uma grande importância na história da cidade desde o seu martírio, ainda durante a época visigótica. A origem do próprio topónimo de Santarém deve-se à figura desta mártir, Iria ou Irene, uma monja nabantina vítima de intriga que lhe seria fatal. Segundo a lenda, a ingestão de uma bebida, perfidamente preparada com escusos fins, provocar-lhe-ia uma gravidez aparente, o que a conduziria ao desprezo conventual e posterior assassínio. O corpo, lançado ao rio, viria a aparecer nas areias da Ribeira de Santarém, encerrado num sepulcro de mármore. A memória desta ocorrência é perpetuada por um padrão do século XVII, com uma pequena imagem da santa, colocado junto ao rio.
A data da fundação da igreja não é consensual, sendo a tese mais aceite a de que data do tempo da conquista da cidade por D. Afonso Henriques. Porém, alguns cronistas defendem que a sua origem remonta ao tempo dos visigodos. Sabe-se também que uma das capelas laterais foi fundada por António Salgado, no século XV. Em 1668, o templo foi totalmente reconstruído, sendo-lhe então conferida a actual feição barroca. Do período gótico, apenas subsiste a abóbada de nervuras de uma das capelas. O templo foi muito afectado pelo Terramoto de 1755, ficando gravemente danificados o coro, o zimbório, a torre, a sacristia e as capelas colaterais do cruzeiro, cujas abóbadas desabaram. Também a fachada principal foi severamente atingida, tendo sido posteriormente reconstruída.
A imagem do Cristo de Mont’Iraz foi aqui colocada após a venda, em 1864, do Convento de São Bento, que se situava na proximidade dos Conventos de São Francisco e de Santa Clara. Esta escultura gótica, datada de finais do século XIII ou de inícios do seguinte, esteve inicialmente num antigo templo, a Ermida dos Apóstolos, que se situava no local em que o convento foi mais tarde edificado, a mando da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I. O culto a esta imagem, que teve origem numa lenda local, era muito popular durante a época medieval.
Arquitectura e Arte
A igreja é um edifício barroco, embora apresente ainda testemunhos da campanha gótica, nomeadamente ao nível da abóbada de nervuras de uma das capelas, e das obras renascentistas, visíveis na decoração das pilastras, no arco do cruzeiro e nas colunas toscanas.
O edifício apresenta um transepto inscrito, com uma capela-mor rectangular. A fachada principal, de cunho barroco, é em empena, na qual se abre ao centro o pórtico de verga recta, sobreposto de frontão interrompido com um nicho munido de áticas e volutas. Sobre o pórtico, encontra-se um grande janelão quadrangular, ladeado por outros dois ligeiramente mais baixos.
O interior é três naves com cinco tramos, preenchidos por arcos que arrancam de colunas toscanas. O arco do cruzeiro, que é coroado por uma cúpula sobre pendentes, é de volta perfeita, munido de entablamento. Qualquer uma das três naves possui cobertura em madeira, sendo a da nave principal em abóbada de berço.
As paredes são forradas com silhares de azulejos do tipo tapete, azuis e amarelos, do século XVII. No baptistério, é possível admirar um embutido cerâmico policromo representando o Baptismo de Cristo, da mesma época. Na sacristia, existe ainda outro silhar de azulejos azuis e amarelos do século XVIII com cenas da vida mariana, distribuídas em diversos painéis. A cúpula do cruzeiro integra uma pintura decorativa, ilusionística, da autoria de António Simões Ribeiro, o mesmo artista que decorou com arquitecturas fingidas o coro da Igreja do Hospital e a Casa da Irmandade anexa à Igreja de Santa Cruz, depois de ter pintado os tectos da Biblioteca Joanina, em Coimbra.
A capela-mor tem uma cobertura em abóbada de berço, sendo o altar em talha dourada. Nas naves laterais existem cinco capelas e altares. Uma das capelas do lado do evangelho é coberta por uma abóbada gótica, lavrada no fecho com o nome do fundador, António Salgado. Na capela colateral do mesmo lado encontra-se o Cristo de Mont’Iraz, escultura de madeira da primeira metade do século XIII, representando Cristo crucificado.
A Igreja de Santa Iria situa-se em Santarém, na freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém, justamente na parte da cidade que fica junto ao rio Tejo.
Classificado como Monumento Nacional em 1920.
História
O culto de Santa Iria tem assumido uma grande importância na história da cidade desde o seu martírio, ainda durante a época visigótica. A origem do próprio topónimo de Santarém deve-se à figura desta mártir, Iria ou Irene, uma monja nabantina vítima de intriga que lhe seria fatal. Segundo a lenda, a ingestão de uma bebida, perfidamente preparada com escusos fins, provocar-lhe-ia uma gravidez aparente, o que a conduziria ao desprezo conventual e posterior assassínio. O corpo, lançado ao rio, viria a aparecer nas areias da Ribeira de Santarém, encerrado num sepulcro de mármore. A memória desta ocorrência é perpetuada por um padrão do século XVII, com uma pequena imagem da santa, colocado junto ao rio.
A data da fundação da igreja não é consensual, sendo a tese mais aceite a de que data do tempo da conquista da cidade por D. Afonso Henriques. Porém, alguns cronistas defendem que a sua origem remonta ao tempo dos visigodos. Sabe-se também que uma das capelas laterais foi fundada por António Salgado, no século XV. Em 1668, o templo foi totalmente reconstruído, sendo-lhe então conferida a actual feição barroca. Do período gótico, apenas subsiste a abóbada de nervuras de uma das capelas. O templo foi muito afectado pelo Terramoto de 1755, ficando gravemente danificados o coro, o zimbório, a torre, a sacristia e as capelas colaterais do cruzeiro, cujas abóbadas desabaram. Também a fachada principal foi severamente atingida, tendo sido posteriormente reconstruída.
A imagem do Cristo de Mont’Iraz foi aqui colocada após a venda, em 1864, do Convento de São Bento, que se situava na proximidade dos Conventos de São Francisco e de Santa Clara. Esta escultura gótica, datada de finais do século XIII ou de inícios do seguinte, esteve inicialmente num antigo templo, a Ermida dos Apóstolos, que se situava no local em que o convento foi mais tarde edificado, a mando da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I. O culto a esta imagem, que teve origem numa lenda local, era muito popular durante a época medieval.
Arquitectura e Arte
A igreja é um edifício barroco, embora apresente ainda testemunhos da campanha gótica, nomeadamente ao nível da abóbada de nervuras de uma das capelas, e das obras renascentistas, visíveis na decoração das pilastras, no arco do cruzeiro e nas colunas toscanas.
O edifício apresenta um transepto inscrito, com uma capela-mor rectangular. A fachada principal, de cunho barroco, é em empena, na qual se abre ao centro o pórtico de verga recta, sobreposto de frontão interrompido com um nicho munido de áticas e volutas. Sobre o pórtico, encontra-se um grande janelão quadrangular, ladeado por outros dois ligeiramente mais baixos.
O interior é três naves com cinco tramos, preenchidos por arcos que arrancam de colunas toscanas. O arco do cruzeiro, que é coroado por uma cúpula sobre pendentes, é de volta perfeita, munido de entablamento. Qualquer uma das três naves possui cobertura em madeira, sendo a da nave principal em abóbada de berço.
As paredes são forradas com silhares de azulejos do tipo tapete, azuis e amarelos, do século XVII. No baptistério, é possível admirar um embutido cerâmico policromo representando o Baptismo de Cristo, da mesma época. Na sacristia, existe ainda outro silhar de azulejos azuis e amarelos do século XVIII com cenas da vida mariana, distribuídas em diversos painéis. A cúpula do cruzeiro integra uma pintura decorativa, ilusionística, da autoria de António Simões Ribeiro, o mesmo artista que decorou com arquitecturas fingidas o coro da Igreja do Hospital e a Casa da Irmandade anexa à Igreja de Santa Cruz, depois de ter pintado os tectos da Biblioteca Joanina, em Coimbra.
A capela-mor tem uma cobertura em abóbada de berço, sendo o altar em talha dourada. Nas naves laterais existem cinco capelas e altares. Uma das capelas do lado do evangelho é coberta por uma abóbada gótica, lavrada no fecho com o nome do fundador, António Salgado. Na capela colateral do mesmo lado encontra-se o Cristo de Mont’Iraz, escultura de madeira da primeira metade do século XIII, representando Cristo crucificado.
A Igreja de Santa Iria situa-se em Santarém, na freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém, justamente na parte da cidade que fica junto ao rio Tejo.
Classificado como Monumento Nacional em 1920.
Condiviso da: Cristina Novais | Ancora nessun commento |
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Coordinate GPS
Lat : 39.236442 - Lon : -8.674145
N39° 14' 11.1912 " W8° 40' 26.922"
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