Dominando uma elevação suave nas planícies a noroeste da cidade de Beja, este monumento associa à função militar a de residência, razão pela qual alguns autores preferem classificá-lo como um paço fortificado.
Antecedentes
Região ocupada desde a época romana, da qual são testemunhos diversos vestígios arqueológicos, as primeiras referências documentais são encontrada a partir da doação destes domínios por Afonso III de Portugal (1248-1279) a seu chanceler-mor, Estevão Anes, cerca de 1255. Alvito hospedou o soberano em 1265, obtendo, segundo o costume, os privilégios inerentes, confirmados por Carta-régia. Por morte (1279), sem herdeiros, Estevão Anes legou em testamento à Ordem da Trindade, o povoado, o castelo e as terras de Alvito, o que indica a existência de uma estrutura de fortificação prévia no local, à época.
D. Dinis (1279-1325) concedeu-lhe foral em 1280, confirmado em 1289. O progresso da vila é atestado pela instituição, em 1296, de uma feira anual.
O castelo medieval
Em 1475, D. Afonso V (1438-1481) outorgou o titulo de barão de Alvito a João Fernandes da Silveira, funcionário régio cujos descendentes viriam a ser titulados como marqueses. Poucos anos mais tarde, em 1482, o soberano concedeu ao barão e a sua esposa o direito de aí construírem um castelo, outorgando-lhes o senhorio da vila e dos povoados vizinhos.
Este nobre recebeu novas confirmações da licença-régia para a construção do castelo, por parte de D. João II (1481-1495), em 1489, e de D. Manuel I (1495-1521), em 1497. De acordo com uma placa epigráfica sobre o portão de entrada, as obras do atual castelo teriam se iniciado desde 1494, a cargo do 2° barão de Alvito, D. Diogo Lopes da Silveira. As suas obras estariam concluídas em 1504.
Do terramoto de 1755 aos nossos dias
Em consequência do terramoto de 1755, que lhe causaram danos, D. Maria Bárbara de Menezes promoveu-lhe trabalhos de recuperação e de remodelação (1777).
No contexto das Guerras Liberais, este castelo foi atacado e danificado em 1834, tendo lugar, posteriormente novas obras de recuperação, notadamente estuque e pintura. No final do século, em 1887, foi assinada uma promessa de compra e venda deste castelo, com cláusula de usufruto até à morte, entre os seus proprietários D. José Lobo da Silveira Quaresma e sua esposa, D. Carolina Augusta Duarte (falecidos respectivamente em 1917 e 1936), e o futuro rei D. Carlos (1889-1908). Antes do falecimento dos antigos proprietários, entretanto, o conjunto havia sido vendido ao soberano (1897).
No século XX, o castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910. Após a implantação da República, o ex-soberano D. Manuel II (1908-1910), integrou o castelo ao património da Casa de Bragança (1915), no qual está compreendido até hoje.
A partir de 1941 foram-lhe procedidas intervenções de consolidação e restauro, com a reconstrução de ameias e rebocos, a reparação dos telhados e a demolição de paredes em alvenaria.
No contexto da Revolução dos Cravos, as dependências do castelo foram ocupadas pela Comissão de Moradores de Alvito, que à época promoveram obras de adaptação no primeiro e no segundo pavimentos.
Entre 1980 e 1981, novas intervenções procederam à reparação de panos da muralha, rebocos, coberturas, portas e caixilharias, bem como a reparação dos muros da cerca e o assentamento de portas superiores.
O castelo apresenta-se como um edifício misto de arquitectura militar e residência apalaçada, onde se identificam influências islâmicas, góticas e manuelinas.
De planta retangular, com quatro torreões cilíndricos ameados nos vértices, os seus lados definem um pátio interior onde se ergue, a noroeste, a Torre de Menagem, adossada ao pano da muralha. O alto dos muros é percorrido por um adarve constituído por parapeito alteado com merlões onde se rasgam as seteiras. As fachadas sudeste e sudoeste, em alvenaria, caracterizam-se como as de um palácio; as de nordeste e noroeste como muralhas unindo as torres. As características manuelinas e islâmicas são identificadas por algumas janelas em arco de ferradura, maineladas, inscritas em arco conupial, com aduelas em tijolo, e pela decoração naturalista dos capitéis.
A porta principal, em arco chanfrado, ostenta, na parte superior, uma epigrafia informando que o castelo foi iniciado no reinado de D. João II e terminado no de D. Manuel I. Era servida originalmente por uma ponte levadiça sobre o fosso, acedendo-se à praça de armas onde se destaca, do lado sul, uma escadaria de acesso à chamada Sala dos Veados, a Capela e os aposentos das torres.
A Torre de Menagem, originalmente mais alta do que o conjunto, apresenta planta quadrada, em três pavimentos: um térreo e dois superiores, onde se rasgam janelas gradeadas.
O Castelo de Alvito, no Alentejo, localiza-se na Freguesia e Concelho de Alvito, Distrito de Beja, em Portugal.
Recuperado, as dependências do castelo estão requalificadas, constituindo desde 1993 um dos estabelecimentos da rede Pousadas de Portugal sob o nome Pousada do Castelo de Alvito.
Antecedentes
Região ocupada desde a época romana, da qual são testemunhos diversos vestígios arqueológicos, as primeiras referências documentais são encontrada a partir da doação destes domínios por Afonso III de Portugal (1248-1279) a seu chanceler-mor, Estevão Anes, cerca de 1255. Alvito hospedou o soberano em 1265, obtendo, segundo o costume, os privilégios inerentes, confirmados por Carta-régia. Por morte (1279), sem herdeiros, Estevão Anes legou em testamento à Ordem da Trindade, o povoado, o castelo e as terras de Alvito, o que indica a existência de uma estrutura de fortificação prévia no local, à época.
D. Dinis (1279-1325) concedeu-lhe foral em 1280, confirmado em 1289. O progresso da vila é atestado pela instituição, em 1296, de uma feira anual.
O castelo medieval
Em 1475, D. Afonso V (1438-1481) outorgou o titulo de barão de Alvito a João Fernandes da Silveira, funcionário régio cujos descendentes viriam a ser titulados como marqueses. Poucos anos mais tarde, em 1482, o soberano concedeu ao barão e a sua esposa o direito de aí construírem um castelo, outorgando-lhes o senhorio da vila e dos povoados vizinhos.
Este nobre recebeu novas confirmações da licença-régia para a construção do castelo, por parte de D. João II (1481-1495), em 1489, e de D. Manuel I (1495-1521), em 1497. De acordo com uma placa epigráfica sobre o portão de entrada, as obras do atual castelo teriam se iniciado desde 1494, a cargo do 2° barão de Alvito, D. Diogo Lopes da Silveira. As suas obras estariam concluídas em 1504.
Do terramoto de 1755 aos nossos dias
Em consequência do terramoto de 1755, que lhe causaram danos, D. Maria Bárbara de Menezes promoveu-lhe trabalhos de recuperação e de remodelação (1777).
No contexto das Guerras Liberais, este castelo foi atacado e danificado em 1834, tendo lugar, posteriormente novas obras de recuperação, notadamente estuque e pintura. No final do século, em 1887, foi assinada uma promessa de compra e venda deste castelo, com cláusula de usufruto até à morte, entre os seus proprietários D. José Lobo da Silveira Quaresma e sua esposa, D. Carolina Augusta Duarte (falecidos respectivamente em 1917 e 1936), e o futuro rei D. Carlos (1889-1908). Antes do falecimento dos antigos proprietários, entretanto, o conjunto havia sido vendido ao soberano (1897).
No século XX, o castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910. Após a implantação da República, o ex-soberano D. Manuel II (1908-1910), integrou o castelo ao património da Casa de Bragança (1915), no qual está compreendido até hoje.
A partir de 1941 foram-lhe procedidas intervenções de consolidação e restauro, com a reconstrução de ameias e rebocos, a reparação dos telhados e a demolição de paredes em alvenaria.
No contexto da Revolução dos Cravos, as dependências do castelo foram ocupadas pela Comissão de Moradores de Alvito, que à época promoveram obras de adaptação no primeiro e no segundo pavimentos.
Entre 1980 e 1981, novas intervenções procederam à reparação de panos da muralha, rebocos, coberturas, portas e caixilharias, bem como a reparação dos muros da cerca e o assentamento de portas superiores.
O castelo apresenta-se como um edifício misto de arquitectura militar e residência apalaçada, onde se identificam influências islâmicas, góticas e manuelinas.
De planta retangular, com quatro torreões cilíndricos ameados nos vértices, os seus lados definem um pátio interior onde se ergue, a noroeste, a Torre de Menagem, adossada ao pano da muralha. O alto dos muros é percorrido por um adarve constituído por parapeito alteado com merlões onde se rasgam as seteiras. As fachadas sudeste e sudoeste, em alvenaria, caracterizam-se como as de um palácio; as de nordeste e noroeste como muralhas unindo as torres. As características manuelinas e islâmicas são identificadas por algumas janelas em arco de ferradura, maineladas, inscritas em arco conupial, com aduelas em tijolo, e pela decoração naturalista dos capitéis.
A porta principal, em arco chanfrado, ostenta, na parte superior, uma epigrafia informando que o castelo foi iniciado no reinado de D. João II e terminado no de D. Manuel I. Era servida originalmente por uma ponte levadiça sobre o fosso, acedendo-se à praça de armas onde se destaca, do lado sul, uma escadaria de acesso à chamada Sala dos Veados, a Capela e os aposentos das torres.
A Torre de Menagem, originalmente mais alta do que o conjunto, apresenta planta quadrada, em três pavimentos: um térreo e dois superiores, onde se rasgam janelas gradeadas.
O Castelo de Alvito, no Alentejo, localiza-se na Freguesia e Concelho de Alvito, Distrito de Beja, em Portugal.
Recuperado, as dependências do castelo estão requalificadas, constituindo desde 1993 um dos estabelecimentos da rede Pousadas de Portugal sob o nome Pousada do Castelo de Alvito.
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GPS-coördinaten
Lat : 38.25754220000001 - Lon : -7.992079100000009
N38° 15' 27.151920000036 " W7° 59' 31.484760000033"
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