Três períodos principais de construção materializaram este monumento. Os dois primeiros terão decorrido durante a idade Média (século XIV). De início, segundo se depreende dos vestígios arqueológicos, a Flor da Rosa parece ter sido, tão só, um quadrado defensivo, uma composição de muralhas com uma torre avançada a norte e outra torre, eventualmente, a sul – uma fortaleza, provavelmente inspirada na arquitectura militar da Terra Santa, promovida pelos Hospitalários. Somente a partir de 1341, durante o grão-priorado de D. Álvaro Gonçalves Pereira, parece claro o programa arquitectónico. Tratou-se de actualizar a fortaleza pré-existente com a construção de torres defensivas que servissem, simultaneamente, de paços-forte para ordem, que elegera a Flor da Rosa como sua sede. Essas torres foram instaladas na face sul do edifício. Pouco depois, certamente a partir de 1356 quando se oficializa a sede, é decidida a construção de uma igreja de grandes dimensões. A igreja iria encostar-se ao quadrado defensivo. Desenvolveu-se para nascente e obedeceu a um programa de grande monumentalidade. Por esta altura conclui-se também parte do corpo residencial, com o acrescento da torre maior.
O claustro teria, por seu lado, uma expressão funcional distinta da actual. O conjunto de cicatrizes visíveis ao longo das paredes mostram ser provável a existência de um primeiro piso servido por portas de arco ogival, hoje escondidas a meia altura ou parcialmente entaipadas, e por uma galeria ou varanda corrida, sustentada num travejamento de madeira que encaixava nos edifícios que correm ao longo da parede do claustro, escavadas nos silhares compactos do período de obras mais antigo. O conjunto medieval já estaria pronto por volta dos Anos 80, pelo que D. Álvaro, o seu fundador, viria a ser sepultado por vontade expressa num “bem obrado muymeto de mármore de Estremoz.
Em Quinhentos - ou mais provavelmente ainda na centúria anterior – se iniciou a terceira grande campanha de obras, que viria a marcar decisivamente a feição do Mosteiro, tal como hoje o conhecemos. Num primeiro período essas obras começaram por assumir um carácter estrutural pela necessidade de ampliação de espaço que, não só de carácter estrutural pela necessidade de ampliação do espaço que, não só se tornava exíguo para a comunidade religiosa como, sobretudo, pouco adequado à concepção vivencial da época e á reforma monástica que se operara.
ssim se começariam as obras pela construção de uma cinta de salas que relegaria para o interior a antiga muralha medieval, agora inútil e anacrónica. Assim se construiu a Sala do Capítulo, com sua monumental portada de acesso, o novo Claustro, mais alto e sólido que o anterior, o novo Refeitório, de elegante abóbora e generosas dimensões, a nova Cozinha, e os novos Dormitórios, amplos e bem iluminados.
Sucedendo à campanha manuelino-mudéjar, a do segundo período quinhentista coincidirá com a introdução, no Mosteiro, do gosto do Renascimento. São não já obras estruturais mas tão só decorativas que, como se verá adiante, introduzirão um novo conceito de elegância escultórica na edificação.
O abandono do edifício desde o século XVIII comprometeu o seu destino. Em finais do século XIX parte da igreja desabou e somente a partir de 1940, se efectuaram trabalhos de restauro e reconstrução. Nos finais do século XX o edifício foi reabilitado e adaptado a pousada através de um projecto de “obra nova” do arquitecto João Luís Carrilho da Graça que remodelou parte das dependências e acrescentou uma ala de funções hoteleiras modernas.
(in Folheto/Guia “Mosteiro de Flor da Rosa” com textos da autoria de Paulo Pereira e Jorge Rodrigues)
No Crato, Alentejo.
O Mosteiro de Flor da Rosa é um dos mais originais e intrigantes edifícios do gótico português. A sua monumentalidade exerce ainda hoje um fascínio que resulta, pelo que se sabe, da história da sua própria edificação. Na fachada do edifício são logo perceptíveis os nexos de construção: à direita, o volume da igreja, cruciforme, coroada por modilhões; ao centro, mais discreta, a galilé da entrada e as duas janelas da Sacristia; à esquerda, as três torres do Paço senhoriais; por detrás desta fachada adivinha-se, a zona monástica, mais recolhida, com o Claustro e restantes dependências em seu redor.
O claustro teria, por seu lado, uma expressão funcional distinta da actual. O conjunto de cicatrizes visíveis ao longo das paredes mostram ser provável a existência de um primeiro piso servido por portas de arco ogival, hoje escondidas a meia altura ou parcialmente entaipadas, e por uma galeria ou varanda corrida, sustentada num travejamento de madeira que encaixava nos edifícios que correm ao longo da parede do claustro, escavadas nos silhares compactos do período de obras mais antigo. O conjunto medieval já estaria pronto por volta dos Anos 80, pelo que D. Álvaro, o seu fundador, viria a ser sepultado por vontade expressa num “bem obrado muymeto de mármore de Estremoz.
Em Quinhentos - ou mais provavelmente ainda na centúria anterior – se iniciou a terceira grande campanha de obras, que viria a marcar decisivamente a feição do Mosteiro, tal como hoje o conhecemos. Num primeiro período essas obras começaram por assumir um carácter estrutural pela necessidade de ampliação de espaço que, não só de carácter estrutural pela necessidade de ampliação do espaço que, não só se tornava exíguo para a comunidade religiosa como, sobretudo, pouco adequado à concepção vivencial da época e á reforma monástica que se operara.
ssim se começariam as obras pela construção de uma cinta de salas que relegaria para o interior a antiga muralha medieval, agora inútil e anacrónica. Assim se construiu a Sala do Capítulo, com sua monumental portada de acesso, o novo Claustro, mais alto e sólido que o anterior, o novo Refeitório, de elegante abóbora e generosas dimensões, a nova Cozinha, e os novos Dormitórios, amplos e bem iluminados.
Sucedendo à campanha manuelino-mudéjar, a do segundo período quinhentista coincidirá com a introdução, no Mosteiro, do gosto do Renascimento. São não já obras estruturais mas tão só decorativas que, como se verá adiante, introduzirão um novo conceito de elegância escultórica na edificação.
O abandono do edifício desde o século XVIII comprometeu o seu destino. Em finais do século XIX parte da igreja desabou e somente a partir de 1940, se efectuaram trabalhos de restauro e reconstrução. Nos finais do século XX o edifício foi reabilitado e adaptado a pousada através de um projecto de “obra nova” do arquitecto João Luís Carrilho da Graça que remodelou parte das dependências e acrescentou uma ala de funções hoteleiras modernas.
(in Folheto/Guia “Mosteiro de Flor da Rosa” com textos da autoria de Paulo Pereira e Jorge Rodrigues)
No Crato, Alentejo.
O Mosteiro de Flor da Rosa é um dos mais originais e intrigantes edifícios do gótico português. A sua monumentalidade exerce ainda hoje um fascínio que resulta, pelo que se sabe, da história da sua própria edificação. Na fachada do edifício são logo perceptíveis os nexos de construção: à direita, o volume da igreja, cruciforme, coroada por modilhões; ao centro, mais discreta, a galilé da entrada e as duas janelas da Sacristia; à esquerda, as três torres do Paço senhoriais; por detrás desta fachada adivinha-se, a zona monástica, mais recolhida, com o Claustro e restantes dependências em seu redor.
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GPS-Koordinaten
Lat : 39.306659008729085 - Lon : -7.6479179380980895
N39° 18' 23.972431424706 " W7° 38' 52.504577153122"
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